Exocetídeos

 Nota: Se procura procura a constelação Peixe-Voador, veja Volans.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaExocetídeos
peixes-voadores
Ocorrência: Mioceno–Reciente
O
S
Pg
N
Erro de expressão: Operador < inesperadoErro de expressão: Operador < inesperado
Peixe-voador da espécie Parexocoetus brachypterus.
Peixe-voador da espécie Parexocoetus brachypterus.
Classificação científica
Reino: Animal
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Beloniformes
Família: Exocoetidae
Rafinesque, 1810
Géneros:
  • Cheilopogon
  • Cypselurus
  • Exocoetus
  • Fodiator
  • Hirundichthys
  • Parexocoetus
  • Prognichthys
Cheilopogon melanurus.

Exocetídeos[1] (nome científico: Exocoetidae) é uma família de peixes marinhos, conhecidos pelo nome comum de peixes-voadores, que agrupa cerca de 70 espécies repartidas por 7 géneros. A família tem distribuição natural nas águas quentes das regiões tropicais e subtropicais de todos os oceanos, tendo maior diversidade no Pacífico e no Índico.[2]

Anatomia

A característica mais surpreendente dos peixes pertencentes a esta família é o tamanho das suas barbatanas peitorais, inusitadamente grandes, que permitem que estes peixes descolem da superfície das águas e percorram em voo planado distâncias superiores a 50 metros. Em algumas espécies as barbatanas pélvicas também são inusitadamente grandes, fazendo parecer que o peixe tem quatro asas, como a espécie Cheilopogon exsiliens.

Ao contrário das espécies sul-americanas de peixes da família Gasteropelecidae, os peixes-voadores não podem utilizar as barbatanas como asas que possam bater e produzir um voo activo, como acontece nas aves. As barbatanas formam estruturas que se mantêm essencialmente imóveis, funcionando como as asas de um planador, pelo que o arranque do voo, a descolagem, é feito integralmente com o peixe nadando paralelamente à superfície, iniciando a fase aérea com um salto que catapulta o animal para fora da água. Após o salto inicia-se a fase de voo planado sobre a superfície.[3]

As trajectórias de voo mais longas ocorrem quando o peixe plana baixo, seguindo uma trajectória sensivelmente paralela à superfície: com uma altura de 1,5 m acima da superfície, um peixe que plane por 30 segundos pode percorrer através do ar distâncias de até 400 m. Os mecanismos de controlo aerodinâmico fundam-se nas mesmas adaptações que estão presentes nas asas das aves.[3] Os peixes-voadores alcançam velocidades no ar de 50 a 60 km/h, raramente até 70 km/h, semelhantes às de um cavalo a galope. Estas distâncias e velocidades são possíveis graças ao rápido bater das barbatanas (umas 50 vezes por segundo) antes da saída da água. A maior duração de voo registada foi de 45 segundos. Tendo em conta que a maioria destas espécies medem apenas cerca de 30 cm quando adultos, esta capacidade vai muito além de simples saltos fora da água.

A vantagem final deste mecanismo é uma possibilidade acrescida de escapar ante predadores.[2]

Os olhos destas espécies são mais planos que os olhos dos outros peixes, uma adaptação à menor refracção do ar, permitindo assim que vejam melhor fora de água.

As espécies pertencentes a esta família vivem próximo da superfície da água e alimentam-se de plâncton. Os seus ovos são utilizados para alimentação humana no Japão, especialmente para preparar sushi.

Etimologia

O nome «Exocoetidae» funda a sua etimologia no griego εξω-κοιτος, exo-koitos, "jazer fora", no sentido de "dormir debaixo das estrelas", por não ser raro que peixes-voadores fiquem varados nas cobertas dos barcos ao saltarem para fora da água durante as noites.[4]

A constelação Volans tem este nome em referência aos peixes-voadores. O nome de um dos géneros, Hirundichthys, significa "peixe-andorinha" em grego.

Géneros

Estão aceites 7 géneros com 68 espécies validamente descritas,[5] repartidos por 4 subfamílias. O género Oxyporhamphus, anteriormente considerado como um grupo basal de peixes-voadores, está actualmente classificado entre os Hemiramphidae, sendo que alguns estudos filogenéticos colocam as espécies daquele género no género Hemiramphus.[6]

Grau de parentesco entre os Exocoetidae.[7]
   Exocoetidae 
 Cypselurinae 

 Cheilopogon A

 Cypselurus

 Prognichthys  

 Cheilopogon B

 Hirundichthys

 Exocoetinae

 Parexocoetinae

 Fodiatorinae

Parexocoetus hillianus
Exocoetus obtusirostris
Cheilopogon exsiliens
Cheilopogon pinnatibarbatus
Cypselurus poecilopterus
Hirundichthys rondeletii
Peixe-voador pouco depois do início do voo planado.
  • Subfamília Fodiatorinae, ovos com filamentos adesivos muito longos.
    • Género Fodiator Jordan & Meek, 1885
      • Fodiator acutus (Valenciennes, 1847)
      • Fodiator rostratus (Günther, 1866)
  • Subfamília Parexocoetinae (havaiano mālolo)[8], ovos com filamentos adesivos.
    • Género Parexocoetus Bleeker, 1866
      • Parexocoetus brachypterus (Richardson, 1846)
      • Parexocoetus hillianus (Gosse, 1851)
      • Parexocoetus mento (Valenciennes in Cuvier & Valenciennes, 1847)
  • Subfamília Exocoetinae, ovos sem filamentos adesivos.
    • Género Exocoetus Linnaeus, 1758
  • Subfamília Cypselurinae; géneros com „quatro asas“, ovos com filamentos adesivos muito longos.
    • Género Cheilopogon Lowe, 1841
      • Cheilopogon abei Parin, 1996
      • Cheilopogon agoo (Temminck & Schlegel, 1846)
      • Cheilopogon antoncichi (Woods & Schultz, 1953)
      • Cheilopogon arcticeps (Günther, 1866)
      • Cheilopogon atrisignis (Jenkins, 1903)
      • Cheilopogon cyanopterus (Valenciennes, 1847)
      • Cheilopogon doederleinii (Steindachner, 1887)
      • Cheilopogon dorsomacula (Fowler, 1944)
      • Cheilopogon exsiliens (Linnaeus, 1771)
      • Cheilopogon furcatus (Mitchill, 1815)
      • Cheilopogon heterurus (Rafinesque, 1810)
      • Cheilopogon hubbsi (Parin, 1961)
      • Cheilopogon intermedius Parin, 1961
      • Cheilopogon katoptron (Bleeker, 1866)
      • Cheilopogon melanurus (Valenciennes, 1847)
      • Cheilopogon milleri (Gibbs & Staiger, 1970)
      • Cheilopogon nigricans (Bennett, 1840)
      • Cheilopogon papilio (Clark, 1936)
      • Cheilopogon pinnatibarbatus (Bennett, 1831)
      • Cheilopogon pitcairnensis (Nichols & Breder, 1935)
      • Cheilopogon rapanouiensis Parin, 1961
      • Cheilopogon simus (Valenciennes, 1847)
      • Cheilopogon spilonotopterus (Bleeker, 1866)
      • Cheilopogon spilopterus (Valenciennes, 1847)
      • Cheilopogon suttoni (Whitley & Colefax, 1938)
      • Cheilopogon unicolor (Valenciennes, 1847)
      • Cheilopogon ventralis (Nichols & Breder, 1935)
      • Cheilopogon xenopterus (Gilbert, 1890)
    • Género Cypselurus Swainson, 1838
      • Cypselurus angusticeps Nichols & Breder, 1935
      • Cypselurus callopterus (Günther, 1866)
      • Cypselurus comatus (Mitchill, 1815)
      • Cypselurus hexazona (Bleeker, 1853)
      • Cypselurus hiraii Abe, 1953
      • Cypselurus naresii (Günther, 1889)
      • Cypselurus oligolepis (Bleeker, 1866)
      • Cypselurus opisthopus (Bleeker, 1866)
      • Cypselurus poecilopterus (Valenciennes, 1847)
      • Cypselurus starksi Abe, 1953
    • Género Hirundichthys Breder, 1928
      • Hirundichthys affinis (Günther, 1866)
      • Hirundichthys albimaculatus (Fowler, 1934)
      • Hirundichthys coromandelensis (Hornell, 1923)
      • Hirundichthys indicus Shakhovskoy & Parin, 2013
      • Hirundichthys marginatus (Nichols & Breder, 1928)
      • Hirundichthys oxycephalus (Bleeker, 1852)
      • Hirundichthys rondeletii (Valenciennes in Cuvier & Valenciennes, 1847)
      • Hirundichthys socotranus (Steindachner, 1902)
      • Hirundichthys speculiger (Valenciennes in Cuvier & Valenciennes, 1847)
    • Género Prognichthys Breder, 1928
      • Prognichthys brevipinnis (Valenciennes in Cuvier & Valenciennes, 1847)
      • Prognichthys gibbifrons (Valenciennes in Cuvier & Valenciennes, 1847)
      • Prognichthys glaphyrae Parin, 1999
      • Prognichthys occidentalis Parin, 1999
      • Prognichthys sealei Abe, 1955
      • Prognichthys tringa Breder, 1928

Referências

  • Joseph S. Nelson: Fishes of the World, John Wiley & Sons, 2006, ISBN 0-471-25031-7
  • Kurt Fiedler: Lehrbuch der Speziellen Zoologie, Band II, Teil 2: Fische, Gustav Fischer Verlag Jena, 1991, ISBN 3-334-00339-6

Notas

  1. «Exocetídeo». Michaelis 
  2. a b Nelson, J.S., 1994. «Fishes of the world». Terceira edição. John Wiley & Sons, Inc., Nova Iorque. 600 p.
  3. a b Hyungmin Park, Haecheon Choi. Aerodynamic characteristics of flying fish in gliding flight. Journal of Experimental Biology, 2010; 213: 3269-3279 doi:10.1242/jeb.046052
  4. Romero, P., 2002. «An etymological dictionary of taxonomy». Madrid, unpublished.
  5. Ed. Froese, Rainer; Pauly, Daniel (fevereiro de 2013). «"Exocoetidae"». www.fishbase.org (em inglês). FishBase 
  6. N. R. Lovejoy, M. Iranpour, & B. B. Collette; Phylogeny and Jaw Ontogeny of Beloniform Fishes PDF
  7. Eric A. Lewallen, Robert L. Pitman, Shawna L. Kjartanson & Nathan R. Lovejoy: Molecular systematics of flyingfishes (Teleostei:Exocoetidae): evolution in the epipelagic zone. Biological Journal of the Linnean Society, 2011, 102, 161–174.
  8. Predefinição:Hawaiian Dictionaries

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Exocetídeos
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Exocetídeos
  • «Exocoetidae» (em inglês). ITIS (www.itis.gov) 
  • Fotos y vídeos del pez volador
  • Ed. Froese, Rainer; Pauly, Daniel. «"{{{género}}} {{{espécie}}}"». www.fishbase.org (em inglês). FishBase 
  • Life – Flying Fish (YouTube Video)
Controle de autoridade
Identificadores taxonómicos
Identificadores