Espaço vetorial simplético

Um espaço vetorial simplético[1] é um espaço vetorial V {\displaystyle V} sobre um corpo F {\displaystyle F} junto com uma forma simplética, isto é, uma função ω : V × V F {\displaystyle \omega \colon V\times V\rightarrow F} com as seguintes propriedades:

i) bilinearidade: ω {\displaystyle \omega } é linear em cada argumento, isto é, para cada x V {\displaystyle x\in V} , v ω ( v , x ) {\displaystyle v\mapsto \omega (v,x)} é uma transformação linear de V {\displaystyle V} em F {\displaystyle F} , e analogamente para o segundo argumento.

ii) alternância: para todo v V {\displaystyle v\in V} , ω ( v , v ) = 0 {\displaystyle \omega (v,v)=0} .

iii) não-degenerescência: se v V {\displaystyle v\in V} é tal que ω ( v , u ) = 0 {\displaystyle \omega (v,u)=0} para todo u V {\displaystyle u\in V} , então v = 0 {\displaystyle v=0} .

Note que, de ii), obtemos ω ( u + v , u + v ) = 0 {\displaystyle \omega (u+v,u+v)=0} quaisquer que sejam u V {\displaystyle u\in V} e v V {\displaystyle v\in V} ; usando a bilinearidade, temos que ω ( u , v ) = ω ( v , u ) {\displaystyle \omega (u,v)=-\omega (v,u)} , isto é, toda forma alternada é antissimétrica. A recíproca é verdadeira em corpos de característica diferente de 2 {\displaystyle 2} .

Se V {\displaystyle V} tem dimensão finita, a escolha de uma base ordenada v 1 , , v n {\displaystyle v_{1},\ldots ,v_{n}} nos dá uma matriz W = ( ω ( v i , v j ) ) i , j Mat n , n ( F ) {\displaystyle W={\big (}\omega (v_{i},v_{j}){\big )}_{i,j}\in \operatorname {Mat} _{n,n}(F)} que é não-singular (pois ω {\displaystyle \omega } é não-degenerada), antissimétrica e “oca” (hollow) i.e. todas as entradas da diagonal principal são nulas.

Lema. Seja A Mat n , n ( R ) {\displaystyle A\in \operatorname {Mat} _{n,n}(R)} uma matriz quadrada com entradas num anel R {\displaystyle R} comutativo com identidade. Se n {\displaystyle n} é ímpar e A {\displaystyle A} é antissimétrica e oca, então det A = 0 {\displaystyle \det A=0} .

Prova. Como A {\displaystyle A} é oca, temos det A = σ D ( sgn σ ) a 1 , σ ( 1 ) a n , σ ( n ) {\displaystyle \textstyle {\det A=\sum _{\sigma \in D}(\operatorname {sgn} \sigma )\,a_{1,\sigma (1)}\ldots a_{n,\sigma (n)}}} , onde D {\displaystyle D} é o conjunto de todas as permutações de S n {\displaystyle S_{n}} sem pontos fixos. Como n {\displaystyle n} é ímpar, não há involuções – elementos τ {\displaystyle \tau } com τ 2 = 1 {\displaystyle \tau ^{2}=1} – em D {\displaystyle D} . Em D {\displaystyle D} , declare τ σ τ = σ ± 1 {\displaystyle \tau \equiv \sigma \iff \tau =\sigma ^{\pm 1}} . Trata-se de uma relação de equivalência. Pela ausência de involuções, cada classe de equivalência tem exatamente dois elementos e é da forma { σ , σ 1 } {\displaystyle \{\sigma ,\sigma ^{-1}\}} . Logo, se D {\displaystyle D^{\prime }} é um conjunto de representantes, então D = D ( D ) 1 {\displaystyle D=D^{\prime }\cup {\big (}D^{\prime })^{-1}} , reunião disjunta. A antissimetria de A {\displaystyle A} finaliza a prova.

Como corolário, obtemos que todo espaço simplético de dimensão finita possui dimensão par.

Se ( V , ω ) {\displaystyle (V,\omega )} e ( W , η ) {\displaystyle (W,\eta )} são espaços simpléticos (sobre o mesmo corpo), uma transformação t : V W {\displaystyle t\colon V\rightarrow W} será dita simplética (ou um simplectomorfismo) quando for linear e satisfizer η ( t ( u ) , t ( v ) ) = ω ( u , v ) {\displaystyle \eta (t(u),t(v))=\omega (u,v)} . É imediato que se t {\displaystyle t} é simplética, então Ker t = { 0 } {\displaystyle \operatorname {Ker} t=\{0\}} . Um isomorfismo de ( V , ω ) {\displaystyle (V,\omega )} em ( W , η ) {\displaystyle (W,\eta )} é uma transformação simplética para a qual existe uma inversa também simplética. Não surpreendentemente, no caso dos espaços simpléticos, se uma transformação simplética é invertível, então é um isomorfismo.

Bases simpléticas

Seja ( V , ω ) {\displaystyle (V,\omega )} um espaço simplético de dimensão finita 2 n {\displaystyle 2n} . Uma base ordenada x 1 , , x n , y 1 , , y n {\displaystyle x_{1},\ldots ,x_{n},y_{1},\ldots ,y_{n}} é dita simplética quando ω ( x i , x j ) = ω ( y i , y j ) = 0 {\displaystyle \omega (x_{i},x_{j})=\omega (y_{i},y_{j})=0} , ω ( x i , y j ) = δ i , j {\displaystyle \omega (x_{i},y_{j})=\delta _{i,j}} . Sem supor que um espaço simplético finitamente gerado possui dimensão par, é possível mostrar que há uma base com essas propriedades, provando em particular que a dimensão tem de ser par. Trata-se de um processo análogo ao de Gram-Schmidt.

Considere agora um espaço vetorial U {\displaystyle U} . Considerando espaço vetorial U U {\displaystyle U\oplus U^{\ast }} , construído a partir dos pares ( u , t ) {\displaystyle (u,t)} com u U , t U {\displaystyle u\in U,t\in U^{\ast }} , podemos definir uma forma bilinear alternada ω U {\displaystyle \omega _{U}} por ω ( ( u , t ) , ( v , s ) ) = s ( u ) t ( v ) {\displaystyle \omega {\big (}(u,t),(v,s){\big )}=s(u)-t(v)} . Vê-se facilmente que ω {\displaystyle \omega } é não-degenerada. Num espaço simplético ( V , η ) {\displaystyle (V,\eta )} , um subespaço U V {\displaystyle U\leq V} que induz um isomorfismo h : ( U U , ω U ) ( V , η ) {\displaystyle h\colon (U\oplus U^{\ast },\omega _{U})\cong (V,\eta )} é chamado de subespaço Lagrangiano. Que um isomorfismo desse tipo existe é consequência imediata da existência de uma base simplética.

Orientação

Uma forma bilinear alternada ω 2 ( V ) {\displaystyle \omega \in \textstyle {\bigwedge }^{2}(V)} num espaço vetorial real V {\displaystyle V} de dimensão n {\displaystyle n} é não degenerada se e somente se n {\displaystyle n} é par e ω n / 2 = ω ω {\displaystyle \omega ^{n/2}=\omega \wedge \ldots \wedge \omega } é uma forma de volume. Num espaço simplético ( V , ω ) {\displaystyle (V,\omega )} com base simplética x 1 , , x n , y 1 , y n {\displaystyle x_{1},\ldots ,x_{n},y_{1},\ldots y_{n}} , ω = x 1 y 1 + x 2 y 2 + + x n y n {\displaystyle \omega ={x_{1}}^{\!\ast }\wedge {y_{1}}^{\!\ast }+{x_{2}}^{\!\ast }\wedge {y_{2}}^{\!\ast }+\ldots +{x_{n}}^{\!\ast }\wedge {y_{n}}^{\!\ast }} . Então

ω n = ( i 1 , , i n ) x i 1 y i 1 x i 2 y i 2 x i n y i n = σ S n x σ ( 1 ) y σ ( 1 ) x σ ( 2 ) y σ ( 2 ) x σ ( n ) y σ ( n ) = ( n ! ) x 1 y 1 x 2 y 2 x n y n = ( n ! ) ( 1 ) n ( n 1 ) / 2 x 1 x 2 x n y 1 y 2 y n . {\displaystyle {\begin{aligned}\omega ^{n}=&\sum _{(i_{1},\ldots ,i_{n})}{x_{i_{1}}}^{\!\ast }\wedge {y_{i_{1}}}^{\!\ast }\wedge {x_{i_{2}}}^{\!\ast }\wedge {y_{i_{2}}}^{\!\ast }\wedge \ldots \wedge {x_{i_{n}}}^{\!\ast }\wedge {y_{i_{n}}}^{\!\ast }\\=&\sum _{\sigma \in S_{n}}{x_{\sigma (1)}}^{\!\ast }\wedge {y_{\sigma (1)}}^{\!\ast }\wedge {x_{\sigma (2)}}^{\!\ast }\wedge {y_{\sigma (2)}}^{\!\ast }\wedge \ldots \wedge {x_{\sigma (n)}}^{\!\ast }\wedge {y_{\sigma (n)}}^{\!\ast }\\=&(n!)\cdot {x_{1}}^{\!\ast }\wedge {y_{1}}^{\!\ast }\wedge {x_{2}}^{\!\ast }\wedge {y_{2}}^{\!\ast }\ldots {x_{n}}^{\!\ast }\wedge {y_{n}}^{\!\ast }\\=&(n!)(-1)^{n(n-1)/2}{x_{1}}^{\!\ast }\wedge {x_{2}}^{\!\ast }\wedge \ldots \wedge {x_{n}}^{\!\ast }\wedge {y_{1}}^{\!\ast }\wedge {y_{2}}^{\!\ast }\wedge \ldots \wedge {y_{n}}^{\!\ast }.\end{aligned}}}

Logo ω n {\displaystyle \omega ^{n}} orienta V {\displaystyle V} .

Variedades simpléticas

Seja M {\displaystyle M} uma variedade diferenciável. Uma 2 {\displaystyle 2} -forma ω Ω 2 ( M ) {\displaystyle \omega \in \Omega ^{2}(M)} será dita não degenerada quando o seguinte se verificar: se X X ( M ) {\displaystyle X\in {\mathfrak {X}}(M)} é um campo de vetores tal que ω ( X , Y ) = 0 {\displaystyle \omega (X,Y)=0} para todo campo Y X ( M ) {\displaystyle Y\in {\mathfrak {X}}(M)} , então X = 0 {\displaystyle X=0} . Isso é equivalente a exigir que ω p : T p M × T p M R {\displaystyle \omega _{p}\colon T_{p}M\times T_{p}M\to \mathbb {R} } seja não degenerada para todo p M {\displaystyle p\in M} .

Uma variedade simplética é um par ( M , ω ) {\displaystyle (M,\omega )} , com ω Ω 2 ( M ) {\displaystyle \omega \in \Omega ^{2}(M)} uma 2 {\displaystyle 2} -forma não-degenerada e fechada: d ω = 0 {\displaystyle d\omega =0} .

O fibrado cotangente

O fibrado cotangente[2] T M {\displaystyle T^{\ast }M} de uma variedade M {\displaystyle M} tem como fibra fixada em p M {\displaystyle p\in M} o espaço dual ( T p M ) {\displaystyle ({T_{p}M})^{\ast }} . A projeção T M M {\displaystyle T^{\ast }M\rightarrow M} será denotada por π {\displaystyle \pi } . Para um sistema local de coordenadas ( q 1 , , q n ) {\displaystyle (q^{1},\ldots ,q^{n})} em U M {\displaystyle U\subset M} , as bases / q i {\displaystyle \partial /\partial q^{i}} para as fibras do fibrado tangente T M {\displaystyle TM} sobre U {\displaystyle U} determinam bases duais para as fibras de T M {\displaystyle T^{\ast }M} sobre U {\displaystyle U} , que denotaremos por p 1 , , p n {\displaystyle p_{1},\ldots ,p_{n}} , de forma que para λ π 1 ( U ) T M {\displaystyle \lambda \in \pi ^{-1}(U)\subset T^{\ast }M} temos p i ( λ ) = λ ( / q i ) {\displaystyle p_{i}(\lambda )=\lambda (\partial /\partial q^{i})} . Em T M {\displaystyle T^{\ast }M} temos então o sistema adaptado de coordenadas ( q 1 π , , q n π , p 1 , , p n ) {\displaystyle (q^{1}\circ \pi ,\ldots ,q^{n}\circ \pi ,p_{1},\ldots ,p_{n})} , que será denotado por ( q ¯ 1 , , q ¯ n , p 1 , , p n ) {\displaystyle ({\overline {q}}^{1},\ldots ,{\overline {q}}^{n},p_{1},\ldots ,p_{n})} .

A 1-forma tautológica

Podemos definir a função θ : T M T ( T M ) {\displaystyle \theta \colon T^{\ast }M\rightarrow T^{\ast }(T^{\ast }M)} por θ ( p , λ ) ( X ) = λ ( π ( X ) ) {\displaystyle \theta _{(p,\lambda )}(X)=\lambda (\pi _{\ast }(X))} . Trata-se de uma 1 {\displaystyle 1} -forma em T M {\displaystyle T^{\ast }M} , chamada de forma tautológica. Num sistema adaptado ( q ¯ 1 , , q ¯ n , p 1 , , p n ) {\displaystyle ({\overline {q}}^{1},\ldots ,{\overline {q}}^{n},p_{1},\ldots ,p_{n})} , θ {\displaystyle \theta } se expressa como

θ | π 1 ( U ) = i = 1 n p i d q ¯ i {\displaystyle \theta \vert _{\pi ^{-1}(U)}=\sum _{i=1}^{n}p_{i}d\,{\overline {q}}^{i}} .

A estrutura simplética canônica do fibrado cotangente

Se fizermos ω = d θ Ω 2 ( T M ) {\displaystyle \omega =d\theta \in \Omega ^{2}(T^{\ast }M)} , então ω {\displaystyle \omega } é uma forma simplética em T M {\displaystyle T^{\ast }M} . Num sistema adaptado, ω = d p i d q ¯ i {\displaystyle \textstyle {\omega =\sum dp_{i}\wedge d\,{\overline {q}}^{i}}} . Disso é consequência que ω {\displaystyle \omega } é não degenerada. A variedade simplética ( T M , ω ) {\displaystyle (T^{\ast }M,\omega )} é orientada pela forma ω n {\displaystyle \omega ^{n}} , como anteriormente.

A estrutura simplética canônica de um fibrado cotangente motiva o seguinte

Teorema (Darboux). Se ( M , η ) {\displaystyle (M,\eta )} é uma variedade simplética, em torno de cada ponto há um sistema simplético de coordenadas, isto é, uma carta local ( q 1 , , q n , p 1 , , p n ) {\displaystyle (q^{1},\ldots ,q^{n},p_{1},\ldots ,p_{n})} em que η {\displaystyle \eta } se expressa como η = d p i d q i {\displaystyle \textstyle \eta =\sum dp_{i}\wedge dq^{i}} .

Uma forma simplética dá, portanto, uma orientação.

Mecânica Hamiltoniana

Suponha que um sistema tenha a variedade diferenciável M {\displaystyle M} como espaço de configurações. No fibrado cotangente, com a estrutura simplética canônica, podemos considerar funções hamiltonianas, isto é, funções suaves H : T M R {\displaystyle H\colon T^{\ast }M\rightarrow \mathbb {R} } . A definição de transformação canônica torna-se mais simples: trata-se de um difeomorfismo Diff ( T M ) {\displaystyle \in \operatorname {Diff} (T^{\ast }M)} que preserva, via pullback, a forma simplética canônica.

Por não-degenerescência, a uma função hamiltoniana podemos associar um campo de vetores X H X ( T M ) {\displaystyle \mathbf {X} _{H}\in {\mathfrak {X}}(T^{\ast }M)} da seguinte maneira: i X H ( ω ) = d H {\displaystyle i_{\mathbf {X} _{H}}(\omega )=-dH} (contração). Isso permite definir colchetes de Poisson: se f , g : T M R {\displaystyle f,g\colon T^{\ast }M\to \mathbb {R} } são hamiltonianas, { f , g } : T M R {\displaystyle \{f,g\}\colon T^{\ast }M\to \mathbb {R} } é definida por { f , g } ( p ) = ω p ( X f ( p ) , X g ( p ) ) {\displaystyle \{f,g\}(p)=\omega _{p}(\mathbf {X} _{f}(p),\mathbf {X} _{g}(p))} . Em coordenadas simpléticas, recuperamos as fórmulas clássicas. Note-se que a definição de Poisson se generaliza para variedades simpléticas quaisquer. Também se generalizam o Teorema dos Toros Invariantes e a existência de cartas locais (ou semi-locais, em vizinhanças de um toro invariante) do tipo ângulo-ação.[3]

Classificação de p {\displaystyle p} -grupos finitos extraespeciais

Um p {\displaystyle p} -grupo ( p {\displaystyle p} primo) finito G {\displaystyle G} é dito extraespecial quando G = Z ( G ) {\displaystyle G^{\prime }=Z(G)} e | G | = | Z ( G ) | = p {\displaystyle \vert G^{\prime }\vert =\vert Z(G)\vert =p} . Exemplos de grupos extraespeciais[4] são o grupo diedral de simetrias do quadrado, D 8 a , b a 4 = 1 , b 2 = 1 , a b = a 1 {\displaystyle D_{8}\cong \langle a,b\mid a^{4}=1,b^{2}=1,a^{b}=a^{-1}\rangle } e o grupo quaterniônico Q 8 a , b a 4 = 1 , b 2 = a 2 , a b = a 1 {\displaystyle Q_{8}\cong \langle a,b\mid a^{4}=1,b^{2}=a^{2},a^{b}=a^{-1}\rangle } , ambos de ordem 8 = 2 3 {\displaystyle 8=2^{3}} . Esses dois grupos não são isomorfos. De fato, podemos definir o homomorfismo β : Q 8 SL ( 2 , C ) {\displaystyle \beta \colon Q_{8}\to \operatorname {SL} (2,\mathbb {C} )} :

a ( 1 0 0 1 ) , b ( 0 1 1 0 ) . {\displaystyle a\mapsto {\begin{pmatrix}{\sqrt {-1}}&0\\0&-{\sqrt {-1}}\end{pmatrix}},\quad b\mapsto {\begin{pmatrix}0&1\\-1&0\end{pmatrix}}.}

Temos Ker β = 1 {\displaystyle \operatorname {Ker} \beta =1} . Como SL ( 2 , F ) {\displaystyle \operatorname {SL} (2,F)} possui uma única involução, a saber I {\displaystyle -I} , quando F {\displaystyle F} é um corpo de característica 2 {\displaystyle \neq 2} , obtemos que Q 8 {\displaystyle Q_{8}} e D 8 {\displaystyle D_{8}} não são isomorfos, já que D 8 {\displaystyle D_{8}} possui mais de uma involução.


Seja G {\displaystyle G} um p {\displaystyle p} -grupo finito extraespecial com C = G = Z ( G ) {\displaystyle C=G^{\prime }=Z(G)} . O subgrupo C {\displaystyle C} é cíclico de ordem p {\displaystyle p} ; fixemos um gerador c {\displaystyle c} . Se x G , g G {\displaystyle x\in G,g\in G} , então [ x , g p ] = [ x , g ] p {\displaystyle [x,g^{p}]=[x,g]^{p}} (isso é verdade pois G {\displaystyle G^{\prime }} é central; use as fórmulas [ x , y z ] = {\displaystyle [x,yz]=\ldots } etc). Como | C | = p {\displaystyle \vert C\vert =p} , [ x , g p ] = 1 {\displaystyle [x,g^{p}]=1} , donde g p C {\displaystyle g^{p}\in C} . Segue que V = G / C {\displaystyle V=G/C} é um p {\displaystyle p} -grupo abeliano elementar que pode, portanto, ser visto como um espaço vetorial sobre o corpo GF ( p ) {\displaystyle \operatorname {GF} (p)} de p {\displaystyle p} elementos. Se x G , y G {\displaystyle x\in G,y\in G} o comutador [ x , y ] {\displaystyle [x,y]} depende apenas das classes u = x ¯ , v = y ¯ {\displaystyle u={\overline {x}},v={\overline {y}}} em G / C {\displaystyle G/C} , então faz sentido escrever [ x , y ] = c f ( u , v ) {\displaystyle [x,y]=c^{f(u,v)}} para f : V × V GF ( p ) {\displaystyle f\colon V\times V\rightarrow \operatorname {GF} (p)} bem-definida. Notando que [ x x 1 , y ] = [ x , y ] [ x 1 , y ] {\displaystyle [xx_{1},y]=[x,y][x_{1},y]} e [ x , x ] = 1 {\displaystyle [x,x]=1} , temos que f {\displaystyle f} é uma forma bilinear alternada. Se f ( u , v ) = 0 {\displaystyle f(u,v)=0} para todo v V {\displaystyle v\in V} , então [ x , y ] = 1 {\displaystyle [x,y]=1} para todo y G {\displaystyle y\in G} ; isso significa que u = 0 {\displaystyle u=0} , logo ( V , f ) {\displaystyle (V,f)} é um espaço simplético (de dimensão finita, obviamente). Considere agora uma decomposição simplética V = V 1 V n {\displaystyle V=V_{1}\oplus \ldots \oplus V_{n}} , onde V i {\displaystyle V_{i}} é bidimensional com base { u i , v i } {\displaystyle \{u_{i},v_{i}\}} de tal forma que f ( u i , v i ) = 1 , f ( u i , v j ) = 0 {\displaystyle f(u_{i},v_{i})=1,f(u_{i},v_{j})=0} se i j {\displaystyle i\neq j} e f ( u i , u j ) = f ( v i , v j ) = 0 {\displaystyle f(u_{i},u_{j})=f(v_{i},v_{j})=0} para quaisquer i , j {\displaystyle i,j} . Faça u i = x i ¯ , v i = y i ¯ {\displaystyle u_{i}={\overline {x_{i}}},v_{i}={\overline {y_{i}}}} . Então G i = x i , y i {\displaystyle G_{i}=\langle x_{i},y_{i}\rangle } contém C {\displaystyle C} pois f ( u i , v i ) = 1 {\displaystyle f(u_{i},v_{i})=1} , e é um grupo não-Abeliano de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} . Temos agora que G = G 1 G 2 G n {\displaystyle G=G_{1}G_{2}\ldots G_{n}} . Ademais, G / C = ( G 1 / C ) × × ( G n / C ) {\displaystyle G/C=(G_{1}/C)\times \ldots \times (G_{n}/C)} e [ G i , G j ] = 1 {\displaystyle [G_{i},G_{j}]=1} se i j {\displaystyle i\neq j} . A ordem de G {\displaystyle G} é claramente p 2 n + 1 {\displaystyle p^{2n+1}} .

Produtos centrais

Um grupo G {\displaystyle G} é dito ser o produto central dos subgrupos normais G 1 , , G n {\displaystyle G_{1},\ldots ,G_{n}} quando G = G 1 G n {\displaystyle G=G_{1}\ldots G_{n}} , [ G i , G j ] = 1 {\displaystyle [G_{i},G_{j}]=1} para i j {\displaystyle i\neq j} e G i j i G j = Z ( G ) {\displaystyle \textstyle {G_{i}\cap \prod _{j\neq i}G_{j}=Z(G)}} para todo i {\displaystyle i} (já que Z ( G i ) Z ( G ) {\displaystyle Z(G_{i})\leq Z(G)} temos que Z ( G i ) = Z ( G ) {\displaystyle Z(G_{i})=Z(G)} ). Intuitivamente, os centros estão sendo identificados.

Observação 1. Se G {\displaystyle G} é um produto central dos subgrupos normais G 1 , , G n {\displaystyle G_{1},\ldots ,G_{n}} , então K = G i 1 G i 2 {\displaystyle K=G_{i_{1}}G_{i_{2}}} é um produto central dos subgrupos G i 1 , G i 2 K {\displaystyle G_{i_{1}},G_{i_{2}}\vartriangleleft K} . Além disso, se K {\displaystyle K} é um produto central dos subgrupos K 1 , K 2 , , K K {\displaystyle K_{1},K_{2},\ldots ,K_{\ell }\vartriangleleft K} , então G {\displaystyle G} é um produto central dos G j {\displaystyle G_{j}} ( j i 1 {\displaystyle j\neq i_{1}} , j i 2 {\displaystyle j\neq i_{2}} ), K 1 , , K {\displaystyle K_{1},\ldots ,K_{\ell }} .

Observação 2. Da mesma forma que um produto semidireto interno dá origem a um produto semidireto externo, é possível construir externamente um produto central de dois grupos G , H {\displaystyle G,H} com centros isomorfos. Dado um isomorfismo θ : Z ( G ) Z ( H ) {\displaystyle \theta \colon Z(G)\to Z(H)} , seja N = { ( g 1 , g θ ) g Z ( G ) } G × H {\displaystyle N=\{(g^{-1},g^{\theta })\mid g\in Z(G)\}\vartriangleleft G\times H} . O grupo ( G × H ) / N {\displaystyle (G\times H)/N} é um produto central dos subgrupos ( G × 1 ) N / N G {\displaystyle (G\times 1)N/N\cong G} e ( 1 × H ) N / N H {\displaystyle (1\times H)N/N\cong H} . Reciprocamente, se L {\displaystyle L} é um produto central interno dos subgrupos normais G 1 , G 2 {\displaystyle G_{1},G_{2}} , então L {\displaystyle L} é isomorfo ao produto central externo de G 1 {\displaystyle G_{1}} por G 2 {\displaystyle G_{2}} segundo o isomorfismo idêntico I d : Z ( G 1 ) Z ( G 2 ) {\displaystyle \mathrm {Id} \colon Z(G_{1})\to Z(G_{2})} .

Da discussão que precede os três parágrafos anteriores, temos a seguinte

Proposição. Um p {\displaystyle p} -grupo extraespecial é um produto central de n {\displaystyle n} subgrupos não-Abelianos de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} cada, tendo pois ordem p 2 n + 1 {\displaystyle p^{2n+1}} . Um produto central de grupos não-Abelianos de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} é um grupo extraespecial.

Não é difícil classificar grupos não-abelianos de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} , p {\displaystyle p} primo. Se p = 2 {\displaystyle p=2} , ocorrem apenas os exemplos do início desta seção, D 8 {\displaystyle D_{8}} e Q 8 {\displaystyle Q_{8}} . Se p {\displaystyle p} é ímpar, as classes de isomorfismo dividem-se em duas, de acordo com a maior ordem possível para um elemento (o expoente do grupo): se o expoente for p {\displaystyle p} , teremos um isomorfismo com x , y x p = 1 = y p , [ x , y ] x = [ x , y ] = [ x , y ] y {\displaystyle \langle x,y\mid x^{p}=1=y^{p},[x,y]^{x}=[x,y]=[x,y]^{y}\rangle } ; se o expoente for p 2 {\displaystyle p^{2}} ter-se-á um isomorfismo com x , y x p 2 = 1 = y p , x y = x 1 + p {\displaystyle \langle x,y\mid x^{p^{2}}=1=y^{p},x^{y}=x^{1+p}\rangle } . Todos os grupos não-Abelianos de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} são extraespeciais.

Proposição. Um grupo não-Abeliano de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} e expoente p 2 {\displaystyle p^{2}} , para p > 2 {\displaystyle p>2} , tem a apresentação mencionada.

Prova. Seja x G {\displaystyle x\in G} de ordem p 2 {\displaystyle p^{2}} e tome w G {\displaystyle w\in G} tal que x ¯ , w ¯ = G / Z ( G ) = G a b Z p × Z p {\displaystyle \langle {\overline {x}},{\overline {w}}\rangle =G/Z(G)=G_{\mathrm {ab} }\cong Z_{p}\times Z_{p}} . Caso w {\displaystyle w} tenha ordem p 2 {\displaystyle p^{2}} , então x w {\displaystyle \langle x\rangle \cap \langle w\rangle } tem ordem p {\displaystyle p} ; seja x p = w k p , p k {\displaystyle x^{p}=w^{kp},p\nmid k} . Temos que 1 x 1 w k {\displaystyle 1\neq x^{-1}w^{k}} tem ordem p {\displaystyle p} (aqui usamos a hipótese de que p {\displaystyle p} é ímpar junto com a fórmula ( g h ) n = g n h n [ h , g ] n ( n 1 ) / 2 {\displaystyle {(gh)}^{n}=g^{n}h^{n}{[h,g]}^{n(n-1)/2}} , que vale pois G {\displaystyle G^{\prime }} é central). Como p k {\displaystyle p\nmid k} e x 1 w k {\displaystyle x^{-1}w^{k}} tem ordem p {\displaystyle p} , os subgrupos gerados por x , x 1 w k {\displaystyle x,x^{-1}w^{k}} intersectam-se trivialmente, donde segue que G = x , x 1 w k {\displaystyle G=\langle x,x^{-1}w^{k}\rangle } por comparação de número de elementos. Como [ x , x 1 w k ] 1 {\displaystyle [x,x^{-1}w^{k}]\neq 1} pois G {\displaystyle G} é não-Abeliano, segue que [ x , x 1 w k ] = Z ( G ) = x p {\displaystyle \langle [x,x^{-1}w^{k}]\rangle =Z(G)=\langle x^{p}\rangle } , logo [ x , x 1 w k ] = x r p {\displaystyle [x,x^{-1}w^{k}]=x^{rp}} , p r {\displaystyle p\nmid r} . Então se r r 1 ( m o d p ) {\displaystyle rr^{\ast }\equiv 1\,\,(\mathrm {mod} \,\,p)} , x p = [ x , x 1 w k ] r = [ x , ( x 1 w k ) r ] {\displaystyle x^{p}=[x,x^{-1}w^{k}]^{r^{\ast }}=[x,{(x^{-1}w^{k})}^{r^{\ast }}]} . Fazendo y = ( x 1 w k ) r {\displaystyle y={(x^{-1}w^{k})}^{r^{\ast }}} , temos finalmente que G = x , y {\displaystyle G=\langle x,y\rangle } e x p 2 = 1 = y p , x y = x 1 + p {\displaystyle x^{p^{2}}=1=y^{p},x^{y}=x^{1+p}} , como queríamos. O caso em que w {\displaystyle w} já tem ordem p {\displaystyle p} é análogo.

Concretamente, o primeiro tipo de isomorfismo é representado pelo grupo de matrizes { ( 1 a b 0 1 c 0 0 1 ) | a , b  e  c  em  Z / p Z } GL ( 3 , p ) {\displaystyle \textstyle {{\Bigl \lbrace }\!{\Bigl (}{\begin{smallmatrix}1&a&b\\0&1&c\\0&0&1\end{smallmatrix}}{\Bigr )}\mathbin {\Big \vert } \,a,b{\text{ e }}c{\text{ em }}\mathbb {Z} /p\mathbb {Z} {\Bigr \rbrace }\leq \operatorname {GL} (3,p)}} (se p = 2 {\displaystyle p=2} esse subgrupo de GL ( 3 , 2 ) {\displaystyle \operatorname {GL} (3,2)} é diedral), enquanto o segundo é representado pelo produto semidireto A Z p 2 {\displaystyle A\ltimes Z_{p^{2}}} , com o grupo cíclico Z p 2 {\displaystyle Z_{p^{2}}} operado canonicamente, por avaliação, pelo grupo Z p A = g g p + 1 Aut Z p 2 {\displaystyle Z_{p}\cong A=\langle g\mapsto g^{p+1}\rangle \leq \operatorname {Aut} Z_{p^{2}}} (note-se que ( 1 + p ) p 1 ( mod p 2 ) {\displaystyle {(1+p)}^{p}\equiv 1\!\!\!\!{\pmod {p^{2}}}} então esse gerador de A {\displaystyle A} tem de fato ordem p {\displaystyle p} ).

Agora seja G {\displaystyle G} um grupo extraespecial de ordem p 2 n + 1 {\displaystyle p^{2n+1}} . Se p = 2 {\displaystyle p=2} , afirmo que G {\displaystyle G} é um produto central de n {\displaystyle n} grupos D 8 {\displaystyle D_{8}} ou um produto central de n 1 {\displaystyle n-1} grupos D 8 {\displaystyle D_{8}} e apenas um Q 8 {\displaystyle Q_{8}} . Isso porque o produto central Q 8 Q 8 {\displaystyle Q_{8}\circ Q_{8}} de dois grupos Q 8 {\displaystyle Q_{8}} é isomorfo ao produto central D 8 D 8 {\displaystyle D_{8}\circ D_{8}} . Usando as apresentações do início da seção, monte apresentações identificando os centros para D 8 D 8 a , b , c , d {\displaystyle D_{8}\circ D_{8}\cong \langle a,b,c,d\mid \ldots \rangle } , Q 8 Q 8 x , y , z , w {\displaystyle Q_{8}\circ Q_{8}\cong \langle x,y,z,w\mid \ldots \rangle } e verifique que θ : a x , b y z , c z , d w x {\displaystyle \theta \colon a\to x,b\to yz,c\to z,d\to wx} é um isomorfismo. (Note que a apresentação é obtida fazendo o quociente ( Q 8 × Q 8 ) / ( x 2 , z 2 ) {\displaystyle (Q_{8}\times Q_{8})/\langle (x^{2},z^{-2})\rangle } , como na Observação 2)

Se p > 2 {\displaystyle p>2} , então ou G {\displaystyle G} tem expoente p {\displaystyle p} ou G {\displaystyle G} é um produto central de grupos não abelianos de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} e expoente p {\displaystyle p} e apenas um grupo não abeliano de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} e expoente p 2 {\displaystyle p^{2}} . De fato, se L {\displaystyle L} e H {\displaystyle H} são grupos não-Abelianos de ordem p 3 {\displaystyle p^{3}} com L {\displaystyle L} de expoente p 2 {\displaystyle p^{2}} e H {\displaystyle H} de expoente p {\displaystyle p} , temos que os produtos centrais L L {\displaystyle L\circ L} e H L {\displaystyle H\circ L} são isomorfos. Um isomorfismo H L L L {\displaystyle H\circ L\to L\circ L} é definido por α : a c 1 x , b y , c c k , d y d . {\displaystyle \alpha \colon a\to c^{-1}x^{\ell },b\to y,c\to c^{k^{\ast }},d\to yd.} É isomorfismo pois é sobrejetivo e ambos os grupos têm ordem p 5 {\displaystyle p^{5}} , ou note que a associação que se estende à inversa é α 1 : x c k a , y b , c c k , d b 1 d {\displaystyle \alpha ^{-1}\colon x\to c^{k\ell ^{\ast }}\!a^{\ell ^{\ast }},y\to b,c\to c^{k},d\to b^{-1}d} . Aqui, a , b H {\displaystyle \langle a,b\mid \ldots \rangle \cong H} , c , d L x , y {\displaystyle \langle c,d\mid \ldots \rangle \cong L\cong \langle x,y\mid \ldots \rangle } ; em H L {\displaystyle H\circ L} , [ a , b ] = c k p {\displaystyle [a,b]=c^{kp}} e em L L {\displaystyle L\circ L} , c p = x p {\displaystyle c^{p}=x^{\ell p}} , 0 < k < p {\displaystyle 0<k<p} , 0 < < p {\displaystyle 0<\ell <p} , k k 1 ( m o d p 2 ) {\displaystyle kk^{\ast }\equiv 1\,(\mathrm {mod} \,\,p^{2})} , 1 ( m o d p 2 ) {\displaystyle \ell \ell ^{\ast }\equiv 1\,(\mathrm {mod} \,\,p^{2})} , além, claro, das relações de centralização e daquelas que caracterizam H , L {\displaystyle H,L} como representantes dos tipos de isomorfismo mencionados há pouco. Agora basta notar que todo elemento de um monoide no alfabeto { H , L } {\displaystyle \{H,L\}} em que são impostas apenas as relações H L = L H {\displaystyle HL=LH} de comutatividade e L L = H L {\displaystyle LL=HL} decorrente do isomorfismo, é da forma H H H {\displaystyle HH\ldots H} ou H H H L {\displaystyle HH\ldots HL} (estamos usando implicitamente a Observação 1).

Os argumentos anteriores provam o seguinte

Teorema. Para cada n = 1 , 2 , 3 , {\displaystyle n=1,2,3,\ldots } e para cada p {\displaystyle p} primo ímpar, existem duas classes de isomorfismo de grupos extraespeciais de ordem p 2 n + 1 {\displaystyle p^{2n+1}} , de acordo com o expoente, p {\displaystyle p} ou p 2 {\displaystyle p^{2}} . A classe de expoente p {\displaystyle p} é representada por um produto central de n {\displaystyle n} grupos isomorfos a H {\displaystyle H} ; a outra, pelo produto central de um grupo isomorfo a L {\displaystyle L} e n 1 {\displaystyle n-1} grupos isomorfos a H {\displaystyle H} . É possível exibir apresentações para representantes de cada uma das duas classes.

Um resultado similar, como já vimos, vale para p = 2 {\displaystyle p=2} .

Raciocínio inteiramente análogo mostra que um p {\displaystyle p} -grupo finito em que o centro é cíclico e o subgrupo derivado tem ordem p {\displaystyle p} (grupos chamados de extraespeciais generalizados) possui a seguinte propriedade: G Z ( G ) {\displaystyle G^{\prime }\leq Z(G)} e G / Z ( G ) {\displaystyle G/Z(G)} é um p {\displaystyle p} -grupo abeliano elementar de posto par. Esses grupos podem ser expressados como produto central de grupos de dois tipos. Há duas classes de isomorfismo quando fixados | G | {\displaystyle \vert G\vert } e o índice [ G : Z ] {\displaystyle [G:Z]} do centro. Isso permite exibir apresentações como anteriormente.

Referências

  1. Hoffman, Kenneth; Kunze, Ray (1971). Linear Algebra. United States: Pearson 
  2. Spivak, Michael (2005). A Comprehensive Introduction to Differential Geometry, vol. I. Houston, Texas: Publish or Perish 
  3. Spivak, Michael (2011). Physics for Mathematicians: Mechanics I. Houston, Texas: Publish or Perish 
  4. Robinson, Derek J S (1996). A Course in the Theory of Groups. United States: Springer-Verlag